sexta-feira, 28 de maio de 2010

Archigram - Walking City

Walking City foi um projeto do Archigram de 1963, que propunha criar uma infraestrutura de cidade nômade. Era composto por enormes edifícios itinerantes 400m de comprimento por 220m de altura que poderiam caminhar até mesmo em desertos e oceanos. Dentro destas estruturas haveriam todos os equipamentos necessários para o funcionamento de uma cidade comum: habitações, escritórios, setores comerciais, serviços públicos e privados. Através de "braços" haveria comunicação dos prédios da Walking City entre eles mesmos e as cidades terrestres.


O Walking City antecipou o estilo de vida acelerado urbana de uma sociedade tecnologicamente avançada em que não é preciso estar a um local permanente. Por meio de sua existência nômade, culturas diferentes e as informações seriam compartilhadas, criando um mercado global de informação.


O projeto foi amplamente criticado e foi até mesmo comparado com monstros e tanques de guerra. Foi considerado não apenas como uma “distopia tecnológica”, mas um ataque à humanidade. Alguns afirmaram que o projeto seria inumano, "privilegiando a construção ao espaço, o contentor ao conteúdo, a carcaça ao homem".


quarta-feira, 26 de maio de 2010

Uso de Ruas

Não é à toa que a Holanda é considerada o país das bicicletas. É comum ver pessoas de todas as idades utilizando bicicletas diariamente. Nas ruas, o trânsito está todo adaptado ao tráfego das bicicletas com inúmeras ciclovias e até mesmo semáforos especiais. Para se ter uma idéia, na Estação Central de Amsterdam o estacionamento para esse tipo de transporte comporta nada mais nada menos que 8 mil bicicletas.
Tendo em vista o enorme uso das bicicletas, os holandeses criaram um estacionamento protegido para elas, na rua. Isso mesmo! Dentro de um espaço suficiente para estacionar um carro, essa engenhoca abriga cerca de 10 bicicletas.
Além do aspecto sustentável da instalação, pela própria economia de enegia de uma bicicleta comparada a um carro (frequentemente com apenas uma pessoa dentro), é possível refletir também acerca da economia de espaço que isso representa.
Infelizmente o uso de bicicletas não é muito difundido no Brasil, porém, diante do trânsito caótico que diariamente nos afeta, não seria essa uma sugestão sutil de alternativas para o uso dos automóveis?

terça-feira, 25 de maio de 2010

Proposta para o Ribeirão Arrudas - Parte II

Após um mês de trabalho em Photoshop na intervenção para o Arrudas, chegamos a seis imagens que demonstram o que poderia ser um aumento nos acessos para a pista de caminhada rente à linha de metrô e também outras intervenções que serviriam para atrair mais pessoas para o local. As medidas incluem criação de espaços infantis, de convivência, ornamentação, ampliação comercial, entre outras.


quarta-feira, 5 de maio de 2010

Revista Manuelzão - N° 56

O primeiro artigo de Ladislau Dowbor fala sobre o agravamento das enchentes em São Paulo. O problema não está no aumento de chuvas e sim na maneira como a urbanização da cidade vem sendo conduzida. Alargamento de vias, loteamentos e a canalização de córregos contribuem para impermeabilizar o solo e aumentar o fluxo da água.
“Quem dá nome aos bois” conta como o nome dos lugares diz muito sobre a história da região. A exemplo o rio São Francisco, que recebeu o nome quando Américo Vespúcio chegou à foz do rio em 4 de outubro, dia de São Francisco de Assis. Quanto ao nome dado pelos indígenas, Opará significa rio-mar e mostra como a nomenclatura indígena tinha relação direta com a natureza.
A elaboração de um plano diretor integrado para as cidades da região metropolitana de Belo Horizonte está sendo prevista para até o final de 2010. Como na região metropolitana as cidades não terminam mais, mas sim acabam se fundindo umas nas outras, é importante que haja uma legislação coerente que considere a administração da região metropolitana de uma forma conjunta. Um dos pontos importantes do plano diretor é o desenvolvimento de novas centralidades.
“Sem sair de casa” propõe formas de reduzir os impactos no meio ambiente que podem ser feitas dentro de casa. Entre elas são citadas o aproveitamento de quintal para hortas e jardins, aproveitamento de todo o alimento, coleta seletiva de lixo, reaproveitamento da água da chuva e do chuveiro, produção caseira de sabão e a produção de adubo pelo método de compostagem.
O tópico seguinte mostra que a Meta 2010 obteve avanços mais ainda falta muito para se completar. Os objetivos são tornar o Rio das Velhas navegável, próprio para a pesca, e por último, possibilitar a sua balneabilidade. Um dos indicadores da melhora das condições é o aparecimento do dourado em lugares do rio onde já não se via mais. A navegabilidade, primeira meta, necessita de um detalhado estudo batimétrico previsto para terminar ainda esse ano. Para possibilitar a pesca a qualidade das águas precisa ser melhorada e para isso ao calculados o Índice de Qualidade da Água (IQA) e a Demanda Bioquímica de Oxigênio (DBO) que indica a contaminação por matéria orgânica. Outras medidas importantes são a coleta de esgoto e tratamento da água.
“Siga o mestre” mostra como é útil trabalhar com educação ambiental para a criação de consciência ecológica nas crianças. Na matéria são mostrados três projetos que foram executados em três diferentes escolas em Minas Gerais. Os projetos são “Jovens Ambientalistas”, “Crescer Amando Ser” e “Da Serra ao Mar”. Estes projetos trabalharam principalmente com o ambiente em que os alunos vivem.
O enquadramento do Rio das Velhas é discutido na parte seguinte. O primeiro passo foi a elaboração do plano diretor para a bacia do rio em 2004. As melhorias no período até 2010 seriam de passar o Rio das Velhas da classe 3, inapropriado para nado e pesca, para classe 2.
Em entrevista com o economista Sérgio Besserman, que participou da 15ª Conferência das Nações Unidas Sobre Mudanças Climáticas (COP-15), ele fala sobre questões ambientais discutidas na Conferência, assim como o não cumprimento do Protocolo de Kyoto por vários países e qual foi o papel do Brasil teve na COP-15.
Em “Como a abelha faz o mel”, Walandir Ferreira Filho, que trabalha na prefeitura de Lassance, na área de cultura e patrimônio, apresenta formas de pensar na preservação da cidade. Trabalha com projetos relacionados ao turismo, mapeamento das nascentes da região. Em uma parte do artigo cita: “Eu tenho uma vontade de fazer as pessoas conhecerem e preservar”.

Revista Manuelzão - N° 55

O primeiro ponto discutido nesse número, “A degola do Rio das Velhas”, mostra a proposta de construção de uma barragem na principal calha do Rio das Velhas. A intenção é melhorar a vazão do Rio São Francisco e como conseqüência possibilitar a realização da sua transposição. Porém, o aumento da vazão não significa necessariamente melhorar a qualidade das águas do rio. Uma forma mais inteligente seria recuperar o rio não permitindo que nele cheguem efluentes industriais, esgotos e produtos químicos da agropecuária. Quanto ao volume de água, seria melhor recuperar as nascentes e investir na reposição de matas ciliares e criar bacias de decantação para acabar com o assoreamento.
A segunda parte trata da logística reversa. Esta consiste em operações de reaproveitamento de produtos e materiais. Um exemplo é o reaproveitamento de garrafas de refrigerante que reduz muito a quantidade de lixo produzida. A logística reversa também é adotada no recolhimento de produtos que são nocivos ao ambiente devido à demora de sua decomposição ou por liberar agentes nocivos, como baterias, pneus e embalagens de agrotóxicos. Essa medida é tão importante que possui até mesmo uma legislação específica. As embalagens de agrotóxicos são um bom exemplo de eficácia da logística inversa, pois 95% delas são retornadas. Apesar disso, pilhas e baterias ainda tem uma arrecadação tímida e necessitam de mais políticas de incentivo.
“É hora de apertar a torneira” trata da importância da vazão ecológica. A vazão mínima de um rio é a que garante a sobrevivência deste, enquanto a vazão ecológica é a quantidade de água necessária para a sobrevivência não só do rio, mas também do seu ecossistema. Esses conceitos de vazão são extremamente importantes para a gestão do rio São Francisco. É importante estipular as vazões do rio pois este é utilizado de diversas formas como irrigação, abastecimento humano, mineração, indústria, navegação e principalmente a produção de energia elétrica. Com isso é importante também estipular a chamada vazão alocável, que é a quantidade máxima de água que pode ser retirada do rio sem ultrapassar a vazão mínima ou ecológica. O São Francisco enfrenta um problema quanto a isso devido as hidrelétricas que controlam a vazão por meio das comportas. Outro problema é que não há água suficiente para respeitar a vazão ecológica garantindo os usos atuais e ainda realizar a transposição.
O tópico seguinte discute a importância da saúde ambiental para a saúde pública. Fatores como saneamento e destinação de resíduos são essenciais para reduzir doenças como diarréia, dengue e esquistossomose na população. Há também a questão da poluição, muito evidente nas grandes cidades, que é responsável por vários problemas de ordem respiratória nas pessoas. O Ministério das Cidades é responsável pelas políticas públicas nas cidades com mais de 50 mil habitantes, porém nas cidades menores, a questão da saúde ambiental se torna mais complicada por estes locais possuírem pouco acesso ao dinheiro e informação. É interessante ressaltar também a diferença do tratamento da questão ambiental entre as cidades maiores e as cidades pequenas. Não se trata da mesma forma as regiões de lavoura e as de ocupação industrial.

Uma entrevista com Robert Hughes, pesquisador norte-americano salienta a importância da utilização do Índice de Integridade Biótica (IBI) para a preservação dos ambientes aquáticos do Brasil. Este índice é utilizado para estabelecer o quanto um ambiente aquático está sendo prejudicado pela ação do homem. Hughes aponta que para essa medida se tornar eficiente no Brasil, é necessário reunir informações a respeito dos ecossistemas e características dos ambientes para criar metodologias a serem usadas em âmbito nacional. Ele exemplifica que após a criação desse índice, vários locais nos EUA tiveram uma boa recuperação e hoje já é possível nadar e pescar nesses locais.

Uma iniciativa interessante é mostrada no tópico “Projeções do rio”. Um projeto chamado Cinema no Rio tinha o objetivo de passar por várias cidades à beira do São Francisco exibindo filmes. Estruturas eram montadas em praça pública e lá eram projetados filmes que tratavam da região e causavam grande interesse na população local, não só pelo fato de mostrar as cidades de forma acessível, mas também por ser uma atração não usual em regiões pobres. O projeto pôde ser realizado após aprovação da lei de incentivo a cultura e causou grande impacto por onde passou. A equipe do Cinema no Rio também foi responsável por incentivar a criação de cineclubes nos lugares por onde passou.

A parte seguinte mostra a realidade de três pessoas diante do problema de trânsito de Belo Horizonte. Diana relata a realidade de quem usa o carro e enfrenta trânsito diariamente mas não tem saída, pois utilizar o transporte público deficiente de Belo Horizonte torna-se desconfortável. André conta das dificuldades de quem se locomove através de bicicletas devido à falta de ciclovias. Já Luanda mostra a sua experiência diária de horas dentro de um ônibus para chegar à universidade. São discutidas então questões como melhoria do transporte público, a criação de vias que interliguem melhores as regiões da cidade sem que passem pelo centro e a “lenda urbana” que está se tornando a implementação de um sistema eficiente de metrô em Belo Horizonte.

O desvio dos esgotos do Arrudas, o by pass, não é exatamente responsável pela mortandade dos peixes no ecossistema Velhas. O by pass é utilizado apenas em épocas de chuva intensa, pois nessas épocas as ETEs não conseguem tratar todo o volume de água. O grande problema da mortandade é causado pela poluição difusa, que é quando as enxuradas carregam a poluição das ruas para o rio.

“Rede é gol” mostra como a parceria entre setor público, setor privado e sociedade civil podem contribuir para atingir interesses comuns em relação à revitalização do Rio das Velhas. No setor público, o Projeto incentiva mobilização, educação e pesquisa. Enquanto isso, o Manuelzão atua situando os principais problemas relacionados ao descumprimento da legislação. Para o setor privado propõe-se a criação de parcerias entre empresas para a discussão do resultado dos danos ambientais que podem ser causado por estas. Na sociedade civil, Francisco Vidal comenta que estabelecer redes e associações é fundamental para a criação de compromissos para promover mudanças.

Os causos do mestre Nelson Jacó são contados na última parte da revista. Nelson Jacó foi uma figura que marcou as tradições da cultura mineira e foi vencedor do prêmio Talentos da Maturidade, promovido pelo Banco Real, ao enviar seu conto “Histórias do macaco e o cavalo”.