quinta-feira, 1 de julho de 2010

Caderno de Receitas

Para um trabalho do curso, fomos solicitados para realizar uma intervenção urbana em uma vaga de carro próxima a faculdade. Tivemos como inspiração algumas imagens do artista holandês Escher e das interveções com azulejos de papel do Grupo Poro.




















O material utilizado foi:

-Azulejos de papel monocromáticos e alguns coloridos
- Isopor
- Tinta Guache
- Vasinhos de flores
- Uma lixeira de plástico
- Cola branca ou grude

Nossa idéia principal era sugerir uma inverção dos planos, parede por chão e vice-versa, utilizando os azulejos de papel e os outros objetos.


Encontramos uma vaga de carro em que havia uma espécie de "casa" onde os garis guardam seus instrumentos de trabalho rente à calçada. Colamos os azulejos de papel na "casa" e no chão da vaga, intercalando vários padrões de azulejos. Para dar a idéia de inversão, contruimos com isopor e tinta uma mini-escada e peças de xadrez, que foram colocados na "parede". Além disso, afixamos a lixeira sobre os azulejos na "parede" e as plantas nos degraus da escada.















As reações dos transeuntes foram variadas. Alguns olharam com espanto, outros acharam subversivo e houveram ainda os que se entusiasmaram e interagiram com a intervenção. Para nossa surpresa, um de nossos colegas interpretou o trabalho de uma outra forma. Em vez de uma inversão dos planos, ele enxergou uma continuidade entre eles, como se a parede fizesse parte do chão.

Karl Marx, o edifício mais comprido do mundo

Situado em Viena, o Karl Marx Hof é um prédio residencial com mais de um quilômetro de comprimento. Só pelo seu comprimento existem quatro pontos de ônibus.

Em 1930, quando foi inaugurado, o Karl Marx Hof não se distinguia apenas pelo enorme comprimento e nem pelo seu forte contraste visual em razão da altura e do tom de vermelho intenso. O que realmente caracterizava o edifício é que ele era o símbolo da política socialista da época e da arquitetura a seu serviço. Foi construído em uma zona nobre da cidade com mais de 1300 apartamentos oferecidos aos trabalhadores, com instalações sanitárias, água canalizada e varandas. Era considerado um luxo a que nenhum operário da época tinha acesso.

Hof é o nome que se dá aos edifícios de habitação social que foram construídos pelo governo socialista austríaco durante os anos 20. Assemelhavam-se a imensos quarteirões, porém a parte interna aos prédios era composta por espaços livres comunitários, geralmente preenchidos por alguns jardins. Dentre os equipamentos sociais do local era possível distinguir escolas, espaços de recreação, lavanderias, serviços médicos, estabelecimentos comerciais e instalações sanitárias. Aos poucos essa tipologia foi ganhando popularidade e deixou influências no urbanismo moderno.

Com o passar do tempo e com o fim do socialismo europeu, o enorme edifício viu sua decadência, passando a ter problemas sociais e em sua estrutura. A idéia de sentimento comunitário e bom relacionamento entre os habitantes foi se perdendo, os apartamentos se tornaram obsoletos e tiveram suas infra-estruturas degradadas. Assim, o Karl Marx Hof tornou-se um gueto.

Nos anos 90 um plano de intervenção foi feito para o local. Incluía obras como reparação da estrutura, substituição de pavimentos, janelas e outros elementos, para que o edifício pudesse se ajustar aos padrões de vida atuais. Atualmente as habitações restauradas são comumente ocupadas por jovens que não tem poder aquisitivo para morar em locais mais caros da cidade. Eventualmente ocorrem tentativas de organizar atividades coletivas nos espaços abertos e pouco a pouco o espírito comunitário vem sendo resgatado ao Karl Marx Hof.

terça-feira, 29 de junho de 2010

Inhotim

No dia 30 de maio fizemos uma visita ao Inhotim. O local é a junção do maior Centro de Arte Contemporânea ao ar livre da América Latina com um Jardim Botânico que conta com milhares de espécies. O resultado é um local extremamente aprazível onde arte e natureza convivem quase que mutuamente.


A obra de arte seria a mesma sem a vegetação, sem o contexto em que ela se insere? Certamente não. Essa é a sensação que temos ao descobrir cada obra por entre os jardins de Inhotim.


A própria artista plástica Rivane Neuenschwander, em uma entrevista, disse sobre como a sua obra Continente-nuvem está integrada à pequena casa antiga em que foi abrigada e como a ambientação do entorno também foi pensada. A vegetação em volta da casa claramente destoa do conjunto dos jardins de Inhotim, pois tem a intenção de recriar o ambiente das casas rurais do fim do século XIX, com roseiras e árvores frutíferas. Já dentro da casa nos deparamos com um imenso vazio. O que ocorre realmente é um movimento discreto de bolinhas de isopor, feito por ventiladores ocultos sobre o teto translúcido, tão sutil quanto o vazio e a própria casa por fora, que admito inicialmente não ter imaginado que lá houvesse alguma obra.


É incrível como a arte se revela por entre as diversas espécies e nos provoca uma sensação de surpresa, uma expectativa por o que pode se encontrar por trás das próximas árvores ou em uma clareira da vegetação nativa. Obviamente as obras dentro das galerias também têm um grande mérito e estão lá por motivos de conservação, climatização adequada ou pelo próprio funcionamento. Mas o que realmente me chamou atenção foi a relação das obras externas com o paisagismo, o que me faz ousar dizer que de certa forma a vegetação não só compõe como completa o acervo artístico.


Visitar Inhotim foi sem dúvida um passeio muito válido. Além de ser um belo lugar pra se conhecer é uma ótima forma de entrar em contato com a arte contemporânea de uma maneira mais descontraída e acessível.

segunda-feira, 28 de junho de 2010

Pulmão gigante no Parque das Bicicletas

Entre os dias 30 de abril e 2 de maio, um pulmão gigante foi a grande atração do Parque das Bicicletas, em Moema, na Zona Sul de São Paulo. A estrutura inflável de 190m² foi instalada em uma área de cerca de 300m² e reproduziu minuciosamente o pulmão humano permitindo que o público entrasse pela traquéia e conhecesse todas as características do órgão e seus principais problemas. O parque foi escolhido pois é visitado diariamente por vários atletas e ciclistas e o pulmão gigante pretende associar atividade física, saúde respitatória e qualidade de vida.


Os principais objetivos são informar e alertar a população sobre as principais doenças respiratórias, as formas de prevenção e a importância do diagnóstico precoce.

O inflável é dividido em sete compartimentos interligados entre si e produzidos em material translúcido, com ventilação natural, com texturas que simbolizam as doenças do pulmão. Além disso, haverão também textos explicativos e vídeos abordando as doenças mais comuns. Os visitantes vão poder caminhar pelo órgão inflável, e conhecer as sete salas, cada uma com um tema: Tuberculose, Asma, DPOC (Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica), Doença Intersticial, Câncer, Pneumonia e Tabagismo.


Uma parceria entre a Sociedade Paulista de Pneumologia e Tisiologia (SPPT) e da Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia (SBPT) foi responsável pela iniciativa. Quem apoiou também a realização foi o Secretário Municipal de Esportes, Dr. Walter Feldman, que disponibilizou o Parque das Bicicletas para a exposição educativa. A exposição fez parte da celebração do Ano do Pulmão, que vem sendo comemorado em 2010 por sociedades médicas de diversas partes do mundo.


“Queremos oferecer à população informações sobre as características de todos estes males que atingem a saúde respiratória, abordando os principais fatores de risco, prevenção, detecção e a importância do início precoce do tratamento, qualquer que seja a patologia, de maneira lúdica, de modo a chamar a atenção e conscientizar desde as crianças até os mais experientes”, afirmou a Drª. Jussara Fiterman, presidente da SBPT.


Estima-se que aproximadamente 20 mil pessoas visitaram o Pulmão Gigante durante sua passagem pela capital paulista.

quinta-feira, 10 de junho de 2010