A discussão a respeito da transferência da capital mineira data dos fins do século XIX. O objetivo era promover o progresso de Minas Gerais sob a ótica do novo cenário republicano. Ouro Preto, até então a sede do Governo do estado, não oferecia condições adequadas para o crescimento econômico esperado. O relevo da cidade não favorecia o crescimento de redes de comunicação e transportes, assim como a construção de estruturas sanitárias para comportar um aumento da população. Foi então em 1893, que o Governo Estadual decretou que a nova capital seria fixada
Projeto e zoneamento
Uma equipe de engenheiros e arquitetos, liderados por Aarão Reis, foi responsável pelo planejamento da cidade. O projeto inicial compreendia um traçado composto por ruas perpendiculares, que eram cortadas por avenidas mais largas na diagonal. Esse traçado formava a região urbana da cidade, que continha uma estrutura completa de transportes, saneamento, habitação, educação e assistência médica. Ultrapassando o limite que circundava o projeto, - a Avenida do Contorno - passaria a se formar posteriormente a área suburbana que não possuía um planejamento regular como o perímetro envolvido pelo contorno. Distanciando-se dessa área, a zona rural seria formada por colônias agrícolas destinadas ao abastecimento da cidade.

A segregação
Porém, para a implantação do projeto, seria necessário retirar a população local, o que gerou uma imensa exclusão social. Acreditava-se que os problemas seriam evitados ao retirar os operários do local, elitizando a zona urbana da cidade, porém o que ocorreu foi exatamente o fenômeno inverso. Após remover a população local, ofereceram-lhes imóveis a preços altos, fazendo com que refugiassem na periferia. A cidade claramente se desenvolveu “de fora para dentro”, da zona suburbana para a urbana, ao contrário do previsto. O projeto que visava construir uma cidade que crescesse de forma homogênea acabou por gerar logo de início uma heterotopia visível nas periferias e no precoce surgimento de favelas.

Desenvolvimento: crescimento populacional e verticalização
m, foi apenas na década de 30 que a cidade ganhou representatividade como capital no cenário nacional. A partir desse momento a cidade dobrava a sua população a cada década e na década de 50, já com cerca de 700 mil habitantes, o então prefeito Américo René Gianetti viu a necessidade da criação de um plano diretor. Já na década de 60 os arranha-céus tomam conta da paisagem urbana, a conurbação com as cidades vizinhas se amplia e Belo Horizonte se consolida como uma metrópole e atinge a marca de 1 milhão de habitantes.A cidade se expandiu muito além do esperado. Estimava-se que a população atingisse os 100 mil habitantes quando a cidade fizesse 100 anos. Porém, no ano do centenário, Belo Horizonte já contava com mais de 2 milhões de habitantes. Hoje, com 112 anos a cidade beira os 2,5 milhões.

Múltiplas cidades em uma
Sem que houvesse um planejamento adequado para todo esse crescimento, hoje a cidade se divide em nove regiões bem definidas. É possível perceber em algumas delas o fenômeno da multicentralidade. Regiões como a do Barreiro, Cidade Nova e Venda Nova, possuem hoje estruturas comerciais, de serviços e transportes muito bem desenvolvidas. São regiões que apesar de fazerem parte do território belo horizontino, já possuem vida própria e são de certa forma independentes do hiper-centro da cidade, localizado na região Centro-Sul.

Referências bibliográficas:
http://www.vmcinebrasil.com.br/cine/decada30.php
http://pt.wikipedia.org/wiki/Belo_horizonte
http://www.belohorizonte.mg.gov.br/por/a_passeio.php?roteiro=pampulha
http://pt.wikipedia.org/wiki/Pampulha
http://www.vmcinebrasil.com.br/cine/decada30.php
http://www.idasbrasil.com.br/idasbrasil/cidades/BeloHorizonte/port/arquitetura.asp
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