segunda-feira, 29 de março de 2010

Caiaques no Rio Pinheiros

Durante o mês de outubro de 2006 o artista plástico Eduardo Srur realizou uma intervenção urbana curiosa no Rio Pinheiros. 100 caiaques coloridos com 150 manequins presos por cordas foram colocados em um trecho de 3km do rio escuro e poluído e puderam ser visto diariamente por cerca de 300 mil pessoas.


A intenção do artista foi relembrar como até a década de 40 o rio Pinheiros era plenamente usado por pessoas de carne e osso, que podiam remar e nadar sem a poluição que hoje assola as suas águas. Juntamente com isso, a obra serviu também como denúncia para o descaso com a questão ambiental dos rios urbanos e um apelo a uma tentativa de despoluição das águas e recuperação das margens do rio.


As imagens mais impactantes da intervenção provavelmente são as que mostram os caiaques literalmente sendo carregados pela sujeira do rio. O que poderia ser considerado um acidente que estragou a obra, serviu ainda mais para enfatizar e contextualizar a proposta feita pelo artista.


A obra de Eduardo Srur em grande parte procura retratar a degradação ambiental nas cidades e há também uma outra intervenção realizada em 2008, que vale a penas ser conferida. A exposição "Quase Líquidos" em que 20 garrafas PET gigantes foram inseradas nas margens do Rio Tietê.
http://entretenimento.uol.com.br/ultnot/2008/03/25/ult4326u770.jhtm

sexta-feira, 26 de março de 2010

Belo Horizonte por um autor-arquiteto

A origem da cidade


A discussão a respeito da transferência da capital mineira data dos fins do século XIX. O objetivo era promover o progresso de Minas Gerais sob a ótica do novo cenário republicano. Ouro Preto, até então a sede do Governo do estado, não oferecia condições adequadas para o crescimento econômico esperado. O relevo da cidade não favorecia o crescimento de redes de comunicação e transportes, assim como a construção de estruturas sanitárias para comportar um aumento da população. Foi então em 1893, que o Governo Estadual decretou que a nova capital seria fixada em Belo Horizonte.



Projeto e zoneamento


Uma equipe de engenheiros e arquitetos, liderados por Aarão Reis, foi responsável pelo planejamento da cidade. O projeto inicial compreendia um traçado composto por ruas perpendiculares, que eram cortadas por avenidas mais largas na diagonal. Esse traçado formava a região urbana da cidade, que continha uma estrutura completa de transportes, saneamento, habitação, educação e assistência médica. Ultrapassando o limite que circundava o projeto, - a Avenida do Contorno - passaria a se formar posteriormente a área suburbana que não possuía um planejamento regular como o perímetro envolvido pelo contorno. Distanciando-se dessa área, a zona rural seria formada por colônias agrícolas destinadas ao abastecimento da cidade.




A segregação


Porém, para a implantação do projeto, seria necessário retirar a população local, o que gerou uma imensa exclusão social. Acreditava-se que os problemas seriam evitados ao retirar os operários do local, elitizando a zona urbana da cidade, porém o que ocorreu foi exatamente o fenômeno inverso. Após remover a população local, ofereceram-lhes imóveis a preços altos, fazendo com que refugiassem na periferia. A cidade claramente se desenvolveu “de fora para dentro”, da zona suburbana para a urbana, ao contrário do previsto. O projeto que visava construir uma cidade que crescesse de forma homogênea acabou por gerar logo de início uma heterotopia visível nas periferias e no precoce surgimento de favelas.





Desenvolvimento: crescimento populacional e verticalização


Com o passar das décadas, Belo Horizonte foi se tornando uma cidade atrativa. O impulso industrial da década de 20 contribuiu para o crescimento de novos bairros e grandes obras. Porém, foi apenas na década de 30 que a cidade ganhou representatividade como capital no cenário nacional. A partir desse momento a cidade dobrava a sua população a cada década e na década de 50, já com cerca de 700 mil habitantes, o então prefeito Américo René Gianetti viu a necessidade da criação de um plano diretor. Já na década de 60 os arranha-céus tomam conta da paisagem urbana, a conurbação com as cidades vizinhas se amplia e Belo Horizonte se consolida como uma metrópole e atinge a marca de 1 milhão de habitantes.A cidade se expandiu muito além do esperado. Estimava-se que a população atingisse os 100 mil habitantes quando a cidade fizesse 100 anos. Porém, no ano do centenário, Belo Horizonte já contava com mais de 2 milhões de habitantes. Hoje, com 112 anos a cidade beira os 2,5 milhões.




Múltiplas cidades em uma

Sem que houvesse um planejamento adequado para todo esse crescimento, hoje a cidade se divide em nove regiões bem definidas. É possível perceber em algumas delas o fenômeno da multicentralidade. Regiões como a do Barreiro, Cidade Nova e Venda Nova, possuem hoje estruturas comerciais, de serviços e transportes muito bem desenvolvidas. São regiões que apesar de fazerem parte do território belo horizontino, já possuem vida própria e são de certa forma independentes do hiper-centro da cidade, localizado na região Centro-Sul.




Referências bibliográficas:


http://www.vmcinebrasil.com.br/cine/decada30.php

http://pt.wikipedia.org/wiki/Belo_horizonte

http://www.belohorizonte.mg.gov.br/por/a_passeio.php?roteiro=pampulha

http://pt.wikipedia.org/wiki/Pampulha

http://www.vmcinebrasil.com.br/cine/decada30.php

http://www.idasbrasil.com.br/idasbrasil/cidades/BeloHorizonte/port/arquitetura.asp



quarta-feira, 24 de março de 2010

Garimpo - Mangabeiras: Proximidade com a natureza na cidade

O Mangabeiras localiza-se a beira da Serra do Curral. E a origem de seu nome deve-se ao córrego das mangabeiras, soterrado para a construção do bairro na década de 60. Lá estão presentes vários símbolos que representam a cidade de Belo Horizonte e é sobre alguns deles que iremos falar.

A Praça Israel Pinheiro é mais conhecida como Praça do Papa já que, na ocasião de sua visita, João Paulo II declarou: “Que belo horizonte!” e conquistou as quase 900.000 pessoas que estavam ali para vê-lo

A estrutura possui um grande gramado e uma área destinada às crianças na base, enquanto o topo é calçado, com uma escadaria e uma escultura do artista plástico Ricardo Carvão. Pode-se perceber que a praça possui uma tipologia diferente que valoriza o espaço central e a cruz em ferro erguida em homenagem ao Papa.

É conhecida por oferecer uma boa vista da cidade e espaço para práticas religiosas, artísticas e esportivas.

Maior área verde de Belo Horizonte, o Parque das Mangabeiras foi fundado na década de 1980 com a vegetação projetada por Burle Marx. Além da vasta área verde, ainda conta com uma fauna considerável entre mamíferos, aves, répteis e anfíbios ambientados à acentuada altitude do local (mais de 1000 metros).

O Parque ainda conta com um teatro de arena, grande estrutura para esportes e um mirante, que faz nos proporciona um belo contraste entre a vista da cidade e o ambiente natural do parque, um heterotópico em relação ao outro.



Outra opção pra quem gosta de caminhar são os três roteiros diferentes: o das águas, da mata e do sol, ótimo para variar e não se acomodar à mesma paisagem. As atrações que o Parque proporciona podem ser vistas logo na entrada, onde há uma sala multimídia para orientar os visitantes.

Rua Professor Otávio de Magalhães, a pequena Rua do Amendoim, fica logo abaixo da Praça do Papa e já faz parte das histórias de Belo Horizonte por um fenômeno curioso de ilusão de ótica.

Ao passar por lá de carro e não engatar marcha alguma, apenas com o freio de mão solto, o carro sobe sozinho. Um mito da grande quantidade de minério da região atrair os carros já caiu, Só basta atentar para a topografia da região: o que parece subida na verdade é uma descida.


A Praça da Bandeira que se encontra no final da Avenida Afonso Pena, caracteriza-se por ser uma praça ampla e arborizada que contrasta bastante com os prédios em sua volta.


É um local que possui uma considerável circulação de veículos, pois além da Afonso Pena, ela também tem como término outra avenida importante da região, a Bandeirantes. Além disso, concentra à sua volta comércios, bancos e clínicas, pois a partir dela, não é permitido nenhum tipo de atividade comercial no Mangabeiras.

Em 1997, nas comemorações de 100 anos de Belo Horizonte, a praça foi reinaugurada e recebeu um mastro com a bandeira nacional. A partir dessa data, todo terceiro domingo de cada mês passou a ser realizada a cerimônia de troca da bandeira. Eventualmente em datas comemorativas, principalmente em épocas de eventos relacionados à pátria, ocorrem no local celebrações e apresentações culturais.


O bairro Mangabeiras é um espaço que pode facilmente nos levar à utopia pela riqueza dos cenários: grande área verde, espaços para lazer, ruas com folclores e a simpática proximidade com a Serra do Curral. O ambiente agradável inclusive fez com que a residência de verão dos governadores do estado fosse construída lá:


Projetos de Oscar Niemeyer e jardins de Burle Marx

Porém, como as utopias trazidas para a realidade não são absolutas, o bairro vem enfrentando alguns problemas de segurança e com a poluição sonora principalmente a partir do Mirante das Mangabeiras (localizado na praça Efigênio Salles). Essas dificuldades, ainda assim, não tiram a face interessante do bairro que é valorizada e deve continuar sendo.

As referências foram:

http://pt.wikipedia.org/wiki/Parque_Municipal_das_Mangabeiras

http://www.belohorizonte.mg.gov.br/por/a_passeio.php?roteiro=mangabeiras

http://www.sortimentos.com/mg/belo_horizonte_turismo_parque_mangabeiras.htm

http://www.brasildemochila.com/materias/beloparques.ph